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Marcos Manso "Marquinho" Jornalista, Presidente da Associação de Imprensa - AIB Redator-chefe do Jornal Tribuna do Grande Rio Editor da Revista Samba & Turismo Editor do Jornal Folha da Baixada Diretor da Rádio Orkut Tribuna do Grande Rio

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Enredo da Mocidade Para Carnaval 2008




Carnavalesco Cid Carvalho fez alteração no título do enredo

Enredo: O Quinto Império: de Portugal ao Brasil, uma utopia na história"

Preocupado com os avanços territoriais promovidos pelos muçulmanos no norte da África, Dom Sebastião já preparava, desde 1573, uma organização militar dentro do território português. Portugal pretendia, então, dar continuidade a uma política de conquistas territoriais, projeto que visava à volta de Portugal como poderio mundial econômico e político.

Em 24 de junho de 1578, rumo a Tanger, na África, 847 velas levaram 24 mil homens aos campos africanos. Finalmente, na manhã de 4 de agosto de 1578, finalmente é travada uma batalha, em campo aberto nas Campinas de Alcácer Quibir e Portugal sofre uma derrota desastrosa.

A notícia da derrota chegou semanas depois, com relatos de várias naturezas. Imediatamente a nação rangeu os dentes por causa do desespero e da dor causados pela possibilidade da perda de entes familiares. Em simultâneo a este impacto, sente-se o golpe nas esperanças da volta de um caminho glorioso, destinado a Portugal. A coroa fica, novamente, ameaçada pelo vizinho, Castela. O caos se instalou na Corte e nas ruas do reino.

Junto às notícias sobre a derrota do exército português, circulava a informação de que o rei Dom Sebastião havia desaparecido. De quando em quando, testemunhas afirmavam que o corpo do rei nunca foi comutado entre os mortos e prisioneiros feitos na batalha. Um fio de esperança começava a correr por todo o reino, tecendo o espectro de um rei desaparecido, um soberano que não permitiria o abatimento completo dos ânimos da nação, que pressentia a inevitável anexação ao reino de Castela.

De 1578 a 1580, o cardeal Dom Henrique, tio-avô de Dom Sebastião, sustentou a coroa em suas mãos, retardando o fim da independência de Portugal. Porém, após sua morte, em 1580, diversas batalhas no campo político e jurídico das cortes, acabam sendo vencidas pela Corte de Castela e Felipe II assume também o trono português.

Nesse ínterim, a crença de que Dom Sebastião estava vivo, toma grande vulto, não só por ser ele um monarca herdeiro da coroa portuguesa, mas por tudo o que já representava para a história de Portugal. Mesmo fora do território português, Dom Sebastião teve, e tem presença garantida em literaturas e movimentos que fazem uma leitura messiânica a seu respeito, ampliando os passos em direção a uma existência mítica em outro epíteto, o Encoberto.

Nesse clima, que traduzia um misto de esperança e fé, é que 4 falsos reis se apresentaram como Dom Sebastião. A criação destes falsos reis não significava propriamente a busca de uma nova ordem, mas sim, uma tentativa de restabelecer uma ordem humilhantemente obliterada, e sujeita a outra, a de Castela, através do forjamento de "cópias" do rei Desejado, herdeiro legítimo do trono de Portugal.

A escolha de organizar "Cortes" paralelas à de Castela em território português e, mais do que isso, da instalar nelas falsos reis, na tentativa de promover a imediata restauração do trono de Portugal, reforçou a consolidação da carismática imagem de Dom Sebastião como um monarca messiânico e apesar de ter sua imagem envolvida em casos embebidos em ações fraudulentas, Dom Sebastião ganhava maior potência no imaginário português: cada vez mais era tido como um rei desaparecido, capaz de trazer a salvação para Portugal e instalar o "Quinto Império Universal Cristão".

Mesmo depois de restaurado o trono português, em 1640, o mito de Dom Sebastião permaneceu vivo e a volta do Encantado aguardada dentro e fora dos limites territoriais de Portugal.

Especificamente no Brasil a maior colônia portuguesa daquele tempo, a crença na volta do rei "Desejado" e a concretização do sonho de implantação do Quinto Império Universal, encontraram o terreno fértil entre o povo humilde e sofrido.

Seja na crença de que Dom Sebastião e toda sua corte encontravam-se encantados nas profundezas das águas da praia dos Lençóis maranhenses, seja no sertão pernambucano, este imenso Brasil se vestiu de esperança sebastianista.

Mas, é no ano de 1808 que se dá o mais importante acontecimento para a transferência definitiva do sonho do Quinto Império Universal e a possibilidade de sua concretização nas terras do Brasil.

Neste ano, depois de praticamente 3 meses navegando, a família real portuguesa aporta no Rio de Janeiro, fugindo invasão ordenada por Napoleão Bonaparte às terras lusitanas no Velho Mundo.

Para o povo do Rio de Janeiro, que presenciava uma incrível transformação na maneira de viver da cidade, a chegada de Dom João VI representava finalmente a implantação do próprio Quinto Império, nas terras tropicais do Brasil, já anunciado pelos sebastianistas.

A cidade, aos poucos, vai se revestindo de elegância e costumes nobres. O novo reino parece estar sendo preparado para se tornar, de fato, o "Quinto Império Universal", tal os expressivos investimentos nas artes, nas ciências e na economia.

Porém o retorno de Dom João VI para Portugal, deixando o filho Dom Pedro Primeiro como príncipe regente do Brasil, abriu o caminho para o fim da monarquia.

Mesmo depois do fim do império e da implantação da república, a volta do rei Desejado, Dom Sebastião,e o sonho do Quinto Império permaneceram vivos nos cafundós do Brasil.

Neste período resplandece a figura de Antônio Conselheiro, um profeta popular que pregava, para um grande número de seguidores, o retorno do Encoberto e finalmente a implantação do Quinto Império. Como represália a este movimento o monárquico, a recém implantada República massacra o assentamento conhecido como Canudos, promovendo a morte de Conselheiro e de praticamente todos os seus seguidores.

Mas nem a brutalidade e crueldade conseguiram por fim ao mito de Dom Sebastião e da utopia do Quinto Império. Até os dias de hoje, eles permanecem vivos em várias manifestações religiosas e culturais espalhadas pelos recantos do Brasil.