Rio - Após sete anos e 25 notas dez, a porta-bandeira Lucinha Nobre foi demitida da Unidos da Tijuca. Segundo o presidente da escola, Fernando Horta, a saída de Lucinha "faz parte das mudanças para 2010" e não tem ligação com as notas do último carnaval. Em 2009, a dupla formada por Lucinha e Rogerinho recebeu dois 10 e dois 9,8. Marcella Alves, da Mocidade, é a mais cotada para assumir a vaga.

"Independentemente do resultado a Lucinha iria sair. Não existe o troca-troca do futebol? No Carnaval é a mesma coisa. Ela é uma grande porta-bandeira, mas teve que ser dispensada por um acúmulo de situações. Não foi por causa das notas", explicou o dirigente. Procurada pelo Dia na Folia, Lucinha Nobre não escondeu a tristeza com a escola e disse que foi "pega de surpresa".

"Foi um verdadeiro choque. Não esperava que isso pudesse acontecer. O presidente (Fernando Horta) me disse que o custo-benefício não estava valendo a pena. Fico triste porque em 2008 quis sair da escola e o Horta me pediu para ficar e eu acabei ficando. Parece que meu pai morreu de novo tamanha é a minha tristeza", comentou.

Lucinha: "Esperava mais apoio da escola, afinal não sou um número"

Para Lucinha, a Tijuca não lhe deu o apoio necessário neste Carnaval. "Fiz um desfile ótimo, mas mesmo assim perdi décimos. O que aconteceu comigo é reflexo do péssimo desfile que a escola fez. Os presidentes precisam dar mais valor às porta-bandeiras. Selminha Sorriso (Beija-Flor) e Giovanna (Mangueira) conseguiram dar a volta por cima desse jeito. Ninguém sabe da minha luta e do meu esforço. Não somos descartáveis. Esperava mais apoio da escola, afinal não sou um número", criticou.

Perguntada sobre seu destino, a porta-bandeira revelou que chegou a pensar em desistir do Carnaval. "Tudo na vida passa. Não sei se vale a pena continuar. Para eu voltar a dançar, só se receber um convite muito legal de uma escola", acrescentou.