Enredo: "De Iguassu a Iguaçu, o Império da Tijuca é Baixada"

A "coroa imperiana" reluz e ilumina os bravos gentios da hereditária capitania. No tempo presente que não se perdeu, renasce do sonho acordada e traz para avenida uma História bem contada "De Iguassú a Iguaçu, o Império da Tijuca é Baixada".

Jóia rara da coroa, que vai desbravando essa terra boa, onde IGUASSÚ foi pioneira. Das sebes sobe lenta, desce ligeira, margeia o caminho das águas e faz da agricultura seu celeiro, abastecendo pela Baía da Guanabara a cidade do Rio de Janeiro.

Desde do princípio era índio, escravo e tropeiro. Contra a ação de algum aventureiro guardavam o tesouro, que na região, passava a caminho do ouro. Do Pilar do Iguassu, vilarejos, freguesias a fibra de um plantio. Escoar o café deixou de ser um desafio e agora sem ele nem vale uma vida levar, num agito total, transportado pela estrada real o café fez o comércio girar.

Tudo que havia estava em formação. Inhomirim, Jacutinga, Meriti, Conceição. Se eram distritos ou freguesias não se sabia. O que se conta é que, na época, não pertenciam à jurisdição de uma Cidade muito conhecida chamada São Sebastião.

Pousos, arraiais, ferrovias aos poucos tudo que se via, em terra firme, florescia. Prestigiada Maxambomba e, não sou eu quem diz, mas é a História que me dá a diretriz. Intitulada cidade, antiga Iguassú, numa "baixada" recortada de norte a sul, denominou-se apenas Nova Iguaçu.

Uma fresta no tempo nos permitiu a observar o que no presente ninguém viu. Nova Iguaçu se fez "nova" de um aglomerado de fazendas que assim a conduziu: as ordens religiosas do Brasil. Lá pelos idos do século vinte, já despertava alguns sinais da bela natureza; num pomar de rica leveza, que na cor trazia a lembrança de infinitos corais. Bendito fruto de extensos laranjais, que em flor exalava no ar o doce do seu sabor.

Nova Iguaçu abrilhantada segue como uma nume. Dia e noite, noite e dia e, com o mesmo aroma que já era de costume, é conhecida como a Cidade do Perfume. Mas o tempo é o saber que nos leva sempre a entender. Pós Segunda Guerra Mundial, indústrias e capital. Com o comércio num ritmo acelerado, tudo mudou. Que nem a laranja da grande exportação o acompanhou.

O crescimento é geral com direito até dado estatístico populacional. Mas em toda terra de gente, nunca é diferente, tudo igual, tem patrimônio e cultura regional. Em ladainha cantam os artistas, repentistas e até os capoeiristas em homenagem ao santo padroeiro. Antônio tem devoto o ano inteiro, vem gente de tudo que é canto rezar, pro tal santo casamenteiro.

De passo marcado e dançado de braço dado é quadrilha de São João. Quem chega não quer voltar. A essa altura Nova Iguaçu resplandece, na gira ou na prece, quem ficou obedece ao seu cantar. Ciranda de roda, tambor de mina, além da "griot" que é uma jovem companhia, tem o toque do ganzá, em respeito ao culto dos Orixás. Tudo cultura, da fé a literatura, que o enredo do meu samba vem nos saudar.

São muitos, são tantos até a Festa do Divino Espírito Santo em Nova Iguaçu recebe seu acalanto, num manto de glória a Festa revive em canto e oração a sua trajetória.

Quem já viu sabe o que é. Anda e não se perde no caminho da cultura ou da fé. Encontra-se na beleza e leva consigo a certeza do que é incomum. Uma infinita riqueza da bela natureza de Nova Iguaçu.

Área de proteção ambiental: tudo vida, sem engano, fauna e flora num natural quotidiano, vital aos animais e aos seres humanos. E quanto lugar bonito brotou desse chão: quedas d`'água, corredeiras, verde da mata, cachoeiras. Sem pegar nenhum atalho, mesmo indo numa só direção por onde se passa tudo chama atenção. Reservas, parques, serras, ruínas até vulcão enriquece o turismo da região.

História, cultura, herança, tradição, na linha do tempo Nova Iguaçu se faz "Nação". Iguaçu de Nova é mais do que a vista pode alcançar. Importa-se, olha pra frente é alma presente em toda essa gente, num tempo clemente que parece não acabar. Elevada extensão de grande população, na Baixada Fluminense, Nova Iguaçu, que outrora atirou semente ao chão, faz desse solo à sua "Criação".

Olha que lhes digo, o que não falta é motivo. Aqui a Educação tem mais um atrativo, Bairro-Escola em Nova Iguaçu é projeto educativo.

Canta meu Rio, canta Baixada, feliz daquele que faz do samba a sua morada. A Coroa Imperiana se encanta e sambando seus males espanta. É o desfile da corte imperial que sob seu manto estendido em verde e branco, traz a saga de uma história real. Império da Tijuca, de uma infinita beleza, não perde o seu tom original e faz de Nova Iguaçu o enredo de seu carnaval.

Carnavalesco: Sandro Gomes / Text: Marcos Roza