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O embalo do frevo conduziu a um antepenúltimo lugar — a maior derrota da história da agremiação, só comparável à 11ª posição amargada em 1994, quando a Mangueira homenageou os baianos e ficou à frente das cinco piores colocadas.
A cada nota divulgada, desfazia-se o sonho do título. Ao longo da apuração, a reação da diretoria era mais de resignação do que de revolta. “Não temos nada a reclamar”, afirmou a presidente Eli Gonçalves, a Chininha, quando ainda estavam sendo lidas as notas do quesito Harmonia. Nesse item, a Mangueira recebeu uma das menores notas de todo o desfile: 9,4, dada pelo julgador Evaldo Tavares.
Apesar da resignação, os diretores da Mangueira não deixaram de alfinetar a Beija-Flor. Antes de anunciadas as notas, o diretor de Carnaval da Verde-e-Rosa, Celso Rodrigues, já escrevia no mapa nota 10 para a Azul-e-Branca de Nilópolis. “Eles podiam dar nota 11. Ah, mas não tem, né”, desdenhou ele, que ocupou mesa próxima à dos adversários, que vibravam a cada nota 10. E completou: “Não ficaram falando mal da escola nos últimos dois meses à toa”.
Outro que preferiu a diplomacia ao ataque foi o coreógrafo Carlinhos de Jesus, responsável pela comissão de frente. Nesse quesito, a Magueira só recebeu uma nota 10. “Também sou jurado e não costumo falar do resultado. Vamos aguardar as justificativas das notas. Temos que aprender com os erros. Só acho que nenhuma escola apresentou a comissão inteira dançando, como a nossa.”
Se o passado mostrou para a Mangueira que é necessário mudar, Chininha, embora não tenha apresentado a nova fórmula que a escola seguirá, manteve o otimismo. “A Mangueira continua viva e frondosa”, afirmou<.
Falhas decisivas
O samba-enredo de Francisco de Paula Testas Monteiro, o Tuchinha — ou Francisco do Pagode —, não trouxe boa sorte para a Mangueira. Só ganhou um 10 da jurada Alice Serrano, diferentemente do ano passado, quando recebeu nota máxima de todos os julgadores. “Foi a primeira vez que penalizei a Mangueira. Não simpatizei com o samba, acho que a escola merecia coisa melhor”, explicou o jurado Marcelo Rodrigues, que deu a menor nota no quesito: 9,7.
Marcelo disse que a co-autoria do samba assinada pelo acusado de tráfico e as denúncias sobre suposta relação da escola com o mundo do crime não interferiram na nota. “Não influenciou, não. Dei a nota que achei justa. O samba não foi uma coisa que eu gostei.”
As notas de todos os quesitos mostram que a crise que abalou a Mangueira continuou na Avenida. A única categoria a ser contemplada com total nota máxima foi a de mestre-sala e porta-bandeira. Nem a bateria recebeu 10 de todos os jurados — Leandro Osíris deu 9,9.
As alegorias também não agradaram: a Mangueira não ganhou nenhum 10 e chegou a receber 9,3. “A escola começou bem, mas quando passou no módulo 2 já tinha problema”, avaliou o jurado Vitor Wanderley.