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Marcos Manso "Marquinho" Jornalista, Presidente da Associação de Imprensa - AIB Redator-chefe do Jornal Tribuna do Grande Rio Editor da Revista Samba & Turismo Editor do Jornal Folha da Baixada Diretor da Rádio Orkut Tribuna do Grande Rio

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Enredo Mocidade para o Carnaval de 2009





Enredo: "Estrelas em poesias! Livros de contos, crônicas e fantasias... A Mocidade apresenta: Clube Literário Machado de Assis."

Carnavalesco: Claudio Cebola


PRÓLOGO: "ESTRELA DE LUZ QUE ME CONDUZ - ESTRELAS EMPOESIAS..."

Anjos arautos anunciam!

Os inconfundíveis versos desta estrela que brilha de uma fusão incandescente viajam deum tempo luzente, riscam o céu com a mesma intensidade de uma estrela cadente eiluminam a nossa querida Mocidade Independente.

Renascem num sonho acordado e promovem a fusão de dois corpos iluminados que surgem no universo de uma explosão, resistindo ao calor da fricção. E numa velocidade estonteante cruzam, além do cosmo, o caminho do planeta Terra.

Com a força do tempo, os corpos iluminados vindos do firmamento, a estrela da Mocidade Independente de Padre Miguel e o literato Joaquim Maria Machado de Assis chegam, sob um encantamento, ao encontro mágico e universal chamado carnaval.

Fundem-se numa só estrela, num único foco de luz que irradia em alegria, como se o astro (sol) fosse a sua única fonte de energia. E orquestram-se numa ópera popular, desfolhando-se em literatura, poesia, história e fantasia, que em forma de samba tudo se traduz, a estrela de luz da Mocidade nos conduz ao clube literário: Machado de Assis - o maior escritor negro de todos os tempos.

Abrem-se as cortinas...

Aplausos!

Numa celebração, sem igual, a Mocidade Independente de Padre Miguel narra esta ópera dirigida por Joaquim Maria Machado de Assis e apresenta o enredo do seu samba em sete atos:

1º ATO - O DESPERTAR DE UM GRANDE MORTAL: A VIDA DE MACHADO DE ASSIS.

Machado de Assis é personificado em verso e prosa. Encanta-nos fazendo da literatura sua batuta. A frente de seu tempo, tudo via, tudo lia, tudo sentia. Contudo ao auto didatismo a vida lhe presentearia... Lendo, o encanto toma conta dos seus olhos, como nas Memórias Póstumas de seu personagem, Machado ressurge das páginas da história de sua vida e nasce em 21 de junho de 1839: pobre, no Morro do Livramento, filho de uma lavadeira portuguesa (Dona Maria Leopoldina Machado de Assis) e um pintor de paredes mulato (Francisco José de Assis).

O destino do menino Joaquim Maria não prometia muito. Mas, a determinação e a paixão pelo conhecimento de quem não tivera sequer a escola regular tornou-se MACHADO DE ASSIS - o maior escritor do país.

Com o avançar do tempo, a genialidade do jovem Joaquim Maria Machado de Assis sedesponta. Publica a sua primeira obra literária em 12 de janeiro de 1855, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito...

Machado de Assis se desperta num tempo imortal. Sentado à mesa diante de inúmeros livros no interior da Biblioteca Nacional, folheia suas obras e segue regendo o enredodo nosso carnaval.

2º ATO - AO MEU MESTRE COM CARINHO... AS OBRAS MACHADIANAS.

De simples tipógrafo e revisor de provas e textos surgiu o homem das letras que, se noromance atestou a pujança do seu talento, não menos se mostrou distinto como cultor das musas. E tal era a sua superioridade mental, a sua ilustração, a beleza do seu estilo fulgurante, que não tardou muito a ser considerado como o mestre no meio literário brasileiro.

O primeiro volume de Machado de Assis foi uma peça teatral impressa, em 1861, na tipografia de Paula Brito, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos. Desde então, a obra de Machado de Assis abrange, praticamente, todos os gêneros literários.

Na poesia, inicia com o Romantismo de Crisálidas (1864) e Falenas (1870), passando pelo Indianismo em Americanas (1875) e o Parnasianismo em Ocidentais(1897-1880). Paralelamente, apareciam as coletâneas de Contos Fluminenses (1870), Histórias da meia-noite (1873), Os romances ressurreição (1872), A mão e a luva (1874),Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878), considerados como pertencentes ao seu período romântico.

A partir daí, Machado de Assis entrou na grande fase das obras-primas, que fogem a qualquer denominação de escola literária e que o tornaram o maior escritor das letras brasileiras e um dos maiores autores da literatura de língua portuguesa: Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881; Quincas Borba, 1891; Dom Casmurro, 1899; Esaú Jacó,1904. Bom! Este homem tão recatado, tão cioso da sua intimidade, só teve um descuido. Só deixou uma obra aberta: seus livros!

Ao ler Machado de Assis, olha e vê, em cada canto de uma alegoria, seus personagens renascerem... O Velho Bruxo oficializa é formalista, estende-se sua obra a mais uma conquista e apresenta-nos seus feitos entre os "Machados: jornalista e cronista".

3º ATO - REPÚBLICA DO PENSAMENTO: A LOCOMOTIVA INTELECTUAL.

O escritor busca inspiração nas ações rotineiras do homem. O gênero híbrido entre o jornalismo e a literatura, a crônica foi utilizada por Machado deAssis, o Bruxo do Cosme Velho, como meio para se comunicar com os seus leitores, durante a segunda metade do século XIX. Ao longo de sua trajetória como jornalista, que entre outros, passou pelo Correio Mercantil e Imprensa Oficial, Machado de Assis escreveu sobre sua própria atividade, diagnosticando problemas e sugerindo soluçõespara uma adequada atuação da imprensa, utilizando-se de histórias cotidianas à época. A crônica O jornal e o livro, de 10 e 12/1/1859, demarca a noção do jovem Machado em relação ao papel do jornalismo como formador de opinião e promotor da liberdade de expressão do homem comum:

(...) O jornal é a verdadeira forma da república do pensamento. É a locomotiva intelectual em viagem para mundos desconhecido. É a literatura comum, universal, altamente democrática, reproduzida todos os dias, levando em si a frescura das idéias e o fogo das convicções (Machado de Assis, 1997:945; 948).

Machado - atuando como cronista em um período de transição entre a imprensa política e a empresa jornalística (Abramo, 1997) - já revelava a importância do sensacionalismo como integrante que fundamenta o produto final da notícia. Nesse sentido, a crítica machadiana é a forma sensacionalista de fazer jornalismo. É a grande locomotiva intelectual que é praticada até os dias de hoje na nossa imprensa diária e que fez de Machado de Assis, consideravelmente, um mestre [que revolucionou] a escrita da imprensa brasileira ao longo dos anos.

A cada poema, crônica, frase, um dissabor. Ora extraídos da dor, ora preenchidos coma docilidade do seu criador. Carlos Drummond de Andrade homenageia este grande escritor, publicando o poema: "A um bruxo, com amor".

4º ATO - BRASIS: O ENCONTRO POÉTICO ENTRE O MAR E O SERTÃO.

Lisongiado, Desvendando os meus brasis, sigo encantado, como um "literato abençoado" que na folia vou dando o meu recado.

Dos fenômenos celestes tecidos na trama da magia, Machado de Assis e Guimarães Rosase encontram na poesia. Tal encantamento acontece no encontro dos Brasis do olhar de Machado e Guimarães sobre o Brasil e suas realidades, complexidades, loucuras e/oucaricaturas e verdades.

Sobre os seus vários brasis. O enredo promove um memorável encontro entre mar (do carioca Machado de Assis) e o sertão (Grande Sertão: vereda - obra que imortalizou o mineiro Guimarães).

Promove na alegria o encontro entre o Brasil Real e o Brasil Oficial interpretado a partir da literatura e das obras de Machado e Guimarães Rosa.

"O Brasil Real, esse é bom, revela melhores instintos, mas o Brasil Oficial, esse é caricato e burlesco" Machado de Assis.

Nesse encontro poético, abraçam um Brasil que renasce na cultura, que se renova no folclore da miscigenação brasileira, nas cores da nossa terra e da nossa gente. Um Brasil de nossos Brasis... Que sobrevive a um Brasil Oficial, seco e formal. De ambas as visões, desses intelectuais imortais, salve a cultura popular. Machado, a essa altura, cai no samba, resplandece e com sua batuta agradece para nos saudar...

5º ATO - MOCIDADE APRESENTA: CLUBE LITERÁRIO MACHADO DE ASSIS.

Aplausos! Aplausos! A Mocidade Independente de Padre Miguel apresenta o Sarau Literário... Em arte e cultura são: Obras literárias, músicas, poesias, teatro, danças... Um Botequim da Literatura que a Mocidade Independente convida: escritores, poetas, políticos, jornalistas, homens dacidade, homens do campo e até contemporâneos a Machado de Assis para um grande encontro da "literatura no carnaval" e inaugura na Avenida o Clube Literário Machado de Assis.

Venham! É a intelectualidade do mundo das letras que irá nos conduzir.

6º ATO - ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E OS IMORTAIS DALINGUA PORTUGUESA.

Desde sua fundação, em 1897, a Academia Brasileira de Letras marcava a preocupação de trabalhar pela glória e imortalidade dos homens de letras. Além de zelar pela língua e pela literatura brasileira, salientava através dos inúmeros discursos dos seus membros, a tarefa de garantir a memória daqueles que dela faziam parte. Se políticos, advogados,cientistas, engenheiros, médicos eram, constantemente, lembrados por seus feitos, os romancistas, os poetas, os cronistas por suas qualidades ímpares, também, mereciam igual admiração.

A Literatura, para esses literatos, representava "o substratum da nossa nacionalidade". Para além das "contingências da história e da política", a língua nas palavras de José Veríssimo, por exemplo, demonstrava ser um viés primordial de expressão, pois era pormeio dela, que exprimíamos as nossas emoções, sentimentos e aspirações (Veríssimo,1977, série 6:85).

Assim, os literatos, como os demais homens eminentes do país, deveriam ser homenageados e glorificados, que a Mocidade Independente de Padre Miguel nestagrande obra literária regida por Machado de Assis pede aplausos, calorosos aplausos aesta significativa homenagem a todos os membros da ABL.

Mas em especial, sob o encanto da magia literária, Machado de Assis, nosso anfitrião, em memória do conteúdo de sua brilhante história, passa às mãos do atual membro [maisantigo e vivo] da Academia Brasileira de Letras - José Sarney a "batuta encantada daliteratura", numa só celebração, numa alegria, sem igual, apresenta a Academia Brasileirade Letras na folia do carnaval.

Ultrapassando as fronteiras do tempo, a literatura e o samba se reúnem transformando a passarela do samba num mar literário de fantasias, embelezando a existência humana e acendendo as luzes da imaginação deste encontro poético e universal chamado carnaval. A Mocidade Independente de Padre Miguel estende seu manto verde e branco e apresenta a Academia Brasileira do Samba:

7º ATO - A VELHA-GUARDA APRESENTA: OS IMORTAIS DA ACADEMIABRASILEIRA DO SAMBA.

"Eu sou o samba, sou natural daqui do Rio de Janeiro. Sou eu que levo a alegria para milhões de corações brasileiros" - Zé Ketti.

Rio de Janeiro é a cidade do samba, é o celeiro de bambas... A celebração irradia quando a estrela de luz que nos guia ilumina a nossa Velha-Guarda, que traz os nossos "academicistas do samba" e na avenida contagia.

Como na poesia do Toco, nosso compositor imortalizado por seus memoráveis sambas, a Ala da Velha-Guarda da Mocidade conta e canta o enredo da "literatura no carnaval" ao lado de nomes que pra sempre deixarão saudades:

Mestre André, Aroldo Melodia, Cartola, Paulo da Portela, Jamelão, Carlos Cachaça, Jackson Martins, Nei Vianna, Ari Barroso, Pinxinguinha, João da Baiana,Jovelina Pérola Negra, Tia Ciata, Molequinho, Silas de Oliveira, Mestre Louro, Noel Rosa, e tantos outros...

Esplendido! Bravo! Bravo!

Parabéns a este grande gênio literário, este ser iluminado que atendia por Machado. Aos grandes mestres da literatura brasileira, mortais e imortais que se fizeram presente nesta ópera aberta e, em respeito ao nosso manto verde e branco, a todos, nosso muito obrigado.

Aplausos!

Fecham-se as cortinas!

De uma ópera popular que entrará para história e que "eternamente" guardaremos em nossa memória... "Estrelas em poesias! Livros de contos, crônicas e fantasias... A Mocidade apresenta: Clube Literário Machado de Assis."

Idéia original e carnavalesco: Cláudio Cavalcante
Pesquisa e texto: Marcos Roza