Rio - Com o samba-enredo cantado a plenos pulmões pelos componentes, a Vila Isabel mostrou durante seu primeiro técnico na Sapucaí, nesta sexta-feira, que seu hino será um dos grandes trunfos para o desfile de 2009, quando a agremiação homenageará os 100 do Theatro Municipal.

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Apesar da chuva que afastou o público das arquibancadas, a azul-e-branco fez uma exibição organizada - que só começou às 22h20 -, mas que registrou algumas falhas.

A rainha de bateria, a atriz Natália Guimarães marcou presença e encantou com seu charme. Na frente da escola, Juliane Alves mostrou simpatia e muito samba no pé.

Outro destaque foi a atuação da bateria. De tanto ousar, chegou a cometer deslizes, mas provou que está com um novo gás.

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Formada por 15 homens, a comissão de frente mostrou bastante entrosamento e técnica. O grupo, no entanto, optou por executar pouco do que será mostrado no dia do desfile. Logo atrás, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, protagonizou momentos de pura emoção com seu bailado.

Pelo menos diante das duas primeiras cabines de julgadores, a dupla fez excelentes apresentações e encantou. E mais: continuou mostrando seus passos ao longo de quase toda a Sapucaí, dando ao público um verdadeiro presente. No rostos de Julinho e Rute, além do suor, via-se muita garra. Nota 10. No próximo ensaio, porém, a escola precisar pedir à comissão para se distanciar um pouco mais do casal para que não haja atropelos.

O samba-enredo, assinado por André Diniz e seus parceiros, embalou com propriedade o desfile da escola e provou que é forte. Talvez tenha o refrão mais aguerrido do carnaval (Segura a Vila, que eu quer ver...) e faz com que o componente bata no peito na hora de cantar. No carro de som, Tinga (foto abaixo) brilhou como de costume e empolgou ainda mais as alas com sua energia.

A bateria da Vila foi um capítulo à parte na noite desta sexta. Com uma proposta totalmente nova e ousada, o grupo executou diversas paradinhas. Uma delas, por exemplo, realizada na segunda parte do samba, empolgou pelo ineditismo. Já outras, no entanto, precisam de mais ensaio e sintonia com os cantores. Mestre Mug cumpriu exatamente o objetivo de um ensaio técnico, quando este foi concebido há alguns anos atrás: fazer, errar e acertar em seguida.

A entrada no segundo box foi correta, mas pouco depois a evolução da escola ficou prejudicada, já que as alas não podiam avançar devido a uma "entrada ao vivo" de uma emissora de televisão.

Ao chegar na Apoteose, Mug confirmou a mudança na bateria da Vila. "Em 2008, "tomei porrada" dos jurados porque disseram que eu não fiz nada de novo. Agora decidi renovar e vamos surpreender a Sapucaí. Tem muita novidade na bateria", disse. O mestre, que completa 58 anos no dia 17, fez ainda uma avaliação sobre o desempenho de seus ritmistas. "Como foi nosso primeiro ensaio, não posso mentir e dizer que foi tudo perfeito. Tivemos uns pequenos errinhos, mas que a gente vai consertar para a próxima vez", completou.

O Diretor de Carnaval Ricardo Fernandes também considerou positivo o treino de sua escola. "Pelo que percebi o ensaio foi muito bom. O samba está sendo bem cantando por todos os componentes. Vamos agora analisar as fitas que gravamos para corrigir possíveis falhas. Nosso componente está solto e com liberdade para brincar o carnaval no desfile", acrescentou.

Ricardo fez questão de rebater as críticas que o samba-enredo da Vila vem sofrendo. "Nosso samba é excelente e provou isso no ensaio. Tinha certeza de que toda a escola iria cantar. Quem julga samba antes do desfile acaba sendo precipitado. São comentários sem base nenhuma".

Para o carnavalesco Alex de Souza (foto), que assina o desfile ao lado de Paulo Barros, foi um ensaio "nota dez". "O samba foi muito bem cantando. Os componentes brincaram, se divertiram e desfilaram