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Marcos Manso "Marquinho" Jornalista, Presidente da Associação de Imprensa - AIB Redator-chefe do Jornal Tribuna do Grande Rio Editor da Revista Samba & Turismo Editor do Jornal Folha da Baixada Diretor da Rádio Orkut Tribuna do Grande Rio

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Beija-Flor vai lutar pelo tri dando banho em suas rivais

Com enredo sobre o hábito de se lavar, escola bicampeã levará 13 mil litros de água para a Avenida entre fontes, chafarizes e cascatas

Rio - A Beija-Flor de Nilópolis quer, literalmente, dar um banho na Avenida — e nas concorrentes, é claro — no próximo Carnaval. Na busca pelo terceiro tricampeonato, a escola, que tem como tema de enredo o banho, levará para Passarela do Samba 13.300 litros de água. O aguaceiro está dividido entre chafarizes, fontes, águas dançantes, cascatas, chuveiros e até canhões de água, que vão fazer chover na Sapucaí. Das oito alegorias, cinco carregam reservatórios reforçados.

Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia

“Não estamos usando água por usar. No nosso enredo cabe”, destaca o carnavalesco Alexandre Louzada (foto), que desenvolve o tema com Fran-Sérgio, Ubiratan Silva e Laíla, também diretor de Carnaval e de Harmonia da escola.

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O volume de água da escola vai ser bom para esfriar as libidos mais assanhadas diante do carro alusivo aos banhos de luxúria e prazer nas termas esfumaçantes do Império Romano. Ou à frente das lambidas que um gatão de pelúcia dará na escultural mulata a praticar a pole dance sob seu focinho. Isso sem falar nos corpos torneados que virão sob chuveiros...

Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia

Mas o enredo ‘No chuveiro da alegria, quem banha o corpo lava a alma na folia’, também reserva ao público momentos de bom humor, através de alas como a ‘Nós dois numa banheira de espuma’, com um casal se esfregando, ou a dos portugueses da época dos descobrimentos com máscara de porquinhos bigodudos.

Louzada e Laíla destacam que o objetivo da Beija-Flor, no próximo desfile, é dar um ‘banho de alegria’ na Avenida e, por isso mesmo, a escola deu adeus ao excesso de alas coreografas, dando espaço para o componente brincar e sambar.

Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia

Das 42 alas, apenas cinco serão coreografadas, incluindo a que vem abrindo o desfile, com 150 negros com 1,80 metro de altura, simulando as águas do Rio Nilo, do Egito, por onde navegará o abre-alas, de 50 metros.

“Quero uma escola solta e divertida. Tá faltando isso no Carnaval, brincar. É hora de reviver o passado. Tem hora em que a coreografia cansa um pouco”, diz Laíla, que não teme chuva no desfile: “A Beija-Flor dá sorte debaixo d’água. Levamos vários campeonatos sob a chuva”.

Laíla afirma que a grande força da agremiação continua sendo a comunidade de Nilópolis. Dos 4.080 componentes, 3 mil vêm de lá. E são os integrantes da comunidade que vão encarnar, em alas, 16 orixás, no setor do banho de fé. Sob as bênçãos de Oxalá, claro.

O Senhor das águas

Aos 58 anos, Gérson Jamaica é o senhor das águas do Carnaval. O mineiro que ‘faz chover na Avenida’ começou a aprender como domar as águas aos 17 anos, quando largou a moradia incerta nas ruas do Rio com o apoio do torneiro mecânico e hidráulico Iridio Pina.

Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia

Na época, Iridio fazia chafarizes e aquários sob encomenda. Aos poucos, Jamaica (foto), que começou a trabalhar varrendo o chão da oficina do ‘padrinho’, foi aprendendo o novo ofício. Em 1985, mestre e aluno começaram a navegar, por conta da imaginação do carnavalesco Fernando Pinto, numa nova maré: os desfiles das escolas de samba.

“Fizemos um chafariz e cinco cachoeiras para o abre-alas do enredo ‘Ziriguidum 2001, Carnaval nas estrelas’, da Mocidade. O carro carregava três mil litros de água e não era motorizado. Muita gente teve que ajudar a empurrar a alegoria. Até o Fernando Pinto ajudou a levar o carro pela Avenida”, conta.

Após o desfile campeão da Mocidade, o mago dos canos mergulhou de cabeça na folia e hoje é profissional requisitado pelas escolas do Rio e de São Paulo. Embora domine o manuseio de canos e mangueiras, Jamaica diz que, para evitar um ‘naufrágio’ de carros com água na Avenida, é preciso conhecer “muito bem a pista”. “A Marquês de Sapucaí tem desníveis e aprendi a conhecer todos. Esse é o meu segredo”, revela o mago.

Amuleto vindo do Oriente

O intérprete Neguinho da Beija-Flor usa, há uma semana, um amuleto especial agarrado ao peito, na altura dos pulmões: uma medalha energizada por um monge budista japonês. O talismã lhe foi enviado pela amiga Vanusa, que mora no país oriental, e se transformou em mais um instrumento de fé em sua luta na cura contra o câncer.

“O monge me enviou. É para garantir a minha cura”, diz o cantor da Beija-Flor, que mantém fé inabalável sobre a força que o levará a cantar o samba de sua escola por 80 minutos na Avenida. “Vou conseguir”, diz ele. Segundo Neguinho, a medalha tem que ficar pendurada na altura dos pulmões até o fim do tratamento. Depois, ele terá de ir ao Japão devolvê-la ao monge.