Rio - As escolas mirins correm o risco de não desfilarem em 2009. O motivo, segundo a diretoria da Associação das Escolas de Samba Mirins (AESM-RIO) é a falta da verba de prestação de serviços para as 16 agremiações que compõem o grupo, para darem início às atividades do carnaval (confecção de fantasias e desenvolvimento de alegorias). Edson Marinho, presidente da entidade, se diz surpreso e apreensivo com o atraso dos recursos para as escolas.

'Temos um compromisso com 16 escolas afiliadas. Esse desfile envolve 40 mil crianças e a Prefeitura não está dando a mínima importância para isso. Precisamos do repasse dessa verba para dar continuidade ao trabalho. A Secretaria das Culturas nos prometeu uma verba extra para que as escolas falassem sobre o Ano da França no Brasil, que pelo visto não vai sair. A Secretaria de Fazenda do Município fecha seu caixa no dia 15 deste mês, sem essa verba de R$ 12.600 que cada escola recebe, será impossível realizarmos o desfile no ano que vem. O que me deixa surpreso é o fato de nos anos anteriores a verba para as agremiações ter sido liberada em tempo hábil. Eu me questiono: Será que por estar no último ano do mandato do prefeito César Maia, a subvenção para as escolas mirins desenvolverem o carnaval ainda não foi liberada? Estou muito apreensivo', declara.

Para Joel Toledo de Araújo Filho, diretor financeiro da AESM-RIO, trata-se de um grande descaso com as crianças, que são responsáveis pela abertura do maior espetáculo a céu aberto do planeta. “As crianças abrem o maior espetáculo da Terra e não merecem essa situação de descaso, falta de respeito e descaso com as agremiações e suas comunidades”, afirma.

Os órgãos competentes como a Riotur e Secretaria das Culturas foram procurados inúmeras vezes pela diretoria da Associação das Escolas de Samba Mirins e as respostas foram sempre de que o atual prefeito ainda não assinara o contrato liberando a verba para o Carnaval 2009. Com a demora da assinatura as escolas estão com os trabalhos de ateliê e barracão parados, pois não há dinheiro para a compra de materiais e pagamento da mão de obra aos profissionais, como costureiras, ferreiros, aderecistas, escultores, etc.

A situação está gerando o atraso no desenvolvimento no trabalho em mais de 20 comunidades, com crianças entre 05 e 17 anos de idade, já que todas as escolas de samba mirins doam as fantasias aos componentes. Cerca de 40 mil crianças correm o risco de não desfilarem no próximo carnaval.