“Nem se eu ganhasse na loteria sentiria uma felicidade tão grande. Ver o meu samba reeditado e desfilar pela escola novamente foi a maior emoção do mundo”, disse Vicente Mattos, de 70 anos, único compositor vivo do samba do Império Serrano.

A comissão de frente foi um dos pontos altos do desfile e trouxe quatro dos 15 intregrantes sobre patinetes motorizados, apresentando cavalos marinhos. A estréia solo da carnavalesca Márcia Laje foi positiva, já que a escola conseguiu contar seu enredo de forma clara e com alegorias de fácil leitura.

A cantora Maria Rita foi uma das atrações e desfilou na escola pelo terceiro ano consecutivo ao lado do cantor Arlindo Cruz. Arlindo comandou o esquenta da bateria feito com a música "Meu lugar" A grande estrela da noite, no entanto, foi a bateria de mestre Átila que executou diversas paradinhas e arrepiou o público.

Com sete alegorias e 3.800 componentes, o desfile começou por volta das 21h20. “É o melhor samba deste ano. Temos grandes chances de chegar entre as campeãs, mas vai depender muito da harmonia", avalia o intérprete Nego, que esteve na escola entre 2004 e 2007 e no ano passado puxou o samba pela Viradouro.

A rainha de bateria da escola, Quitéria Chagas, chorou bastante antes de entrar na Avenida. A fantasia, dourada com 50 pedras de esmeraldas verdadeiras, deve ser leiloada depois do Carnaval. A rainha disse não saber o valor da vestimenta.

“Desfilar com um samba reeditado é como entrar num Maracanã lotado pela torcida do Flamengo. Estou muito emocionada”, disse a mulata. O presidente da agremiação, Humberto Soares, calculou o custo com o Carnaval em R$ 3,3 milhões. “A crise atrapalhou, mas é preciso usar a criatividade”, comentou.

O clima ficou tenso quando Dona Olegária integrante da Velha Guarda teve de ser suspensa até a parte alta do último carro. Houve difculdade na remoção, já que se trata de uma idosa. Por mim fim, ela conseguiu subir e o desfile seguiu normalmente.